'OlokoMeo ComiCuzinho'

Ao apostar em roteiros cheios de drogas, sexo e rock’n’roll, Dan e Sam Houser, fundadores da Rockstar Games, criaram o jogo mais lucrativo do planeta e despertaram a ira até de Hillary Clinton


Trancafiado no porta-malas de um carro, ele é arremessado dentro de um rio. Depois de recuperar os sentidos e escapar milagrosamente da armadilha mortal, Huang Lee vai arquitetando silenciosamente sua vingança enquanto constrói uma reputação no submundo do crime roubando carros, traficando drogas e eliminando todos que ousam ficar no seu caminho. O que parece a sinopse de um filme de gângster é na verdade um resumo da trama de Grand Theft Auto: Chinatown Wars, último lançamento da empresa Rockstar Games, considerada pelo Guinness Book 2009 "a mais controversa da história do videogame". Para seus criadores, os irmãos Dan e Sam Houser, isso não é nenhuma novidade.

Fundada em 1998, a história da companhia sediada em Nova York desde sempre foi marcada por uma sucessão insana de polêmicas - intencionais ou não. O lançamento de Chinatown Wars é a mais recente delas. Ao introduzir pela primeira vez violência explícita e gratuita no console portátil Nintendo DS, o Game inaugura no aparelhinho uma nova fase de jogos com classificação M (proibido para menores de 17 anos nos EUA). Até então, o Nintendo DS era exclusivamente associado a títulos casuais e voltados para um público mais familiar, a exemplo dos jogos Super Mario Bros. e Pokémon.

Chinatown Wars garantiu à Rockstar as melhores notas já conferidas a um jogo para o DS. No site GameRankings, no qual a qualificação é feita com uma média dos votos de milhares de internautas, o game é atualmente o primeiro do ranking, com 94,15% de aprovação. No severo Metacritic, que reúne as notas dos sites especializados, a média chega aos 95%. Elogios rasgados também apareceram em publicações respeitadas do meio, como EuroGamer, GameSpot e GamePro, todos conferindo a qualificação máxima (10 ou 5 estrelas) em suas avaliações. A pior nota foi dada pela versão britânica do site IGN: 9,2. O jornal The New York Times definiu o jogo como o "mais subversivo e mais provocante" dos últimos anos. "E talvez o mais importante."


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